segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Dica de leitura da semana

A VIDA DO ESPÍRITO 



Por onde estamos quando pensamos? O que significa ausência de pensamentos? Essa atividade do pensar sem som, mas nunca silenciosa, pode nos fazer companhia? O que é o pensar, a possibilidade de ver, ou ver é a possibilidade de pensar? O que nos quer dizer, a filósofa Hannah Arendt, esse sentido de afinidade com a morte que tem os filósofos não vem da atividade do pensar e das experiências do próprio pensante? O que é pensar? O que nos faz pensar? Pensar e Querer são faculdades incapazes de coexistir? Então surge a questão: quais os padrões da operação reflexão quando a faculdade de Julgar é baseada no sentido do gosto? O ato de pensar poderia levar o ser humano a abster-se da prática do mal?
 

A Vida do Espírito nos traz um universo de indagações e possibilidades de conclusões em torno do Pensar, do Querer e do Julgar. A filósofa começa o tema apresentando as duas fontes que deram origem as conferências, o julgamento de Eichmann em Jerusalém em que o fenômeno do mal foi analisado como algo da irreflexão, ausência de pensamento. Outra questão que despertou seu interesse foram as questões morais que têm origem na experiência real e se chocam com a sabedoria de todas as épocas. Sua reflexão dialoga com a metafísica de Platão, Aristóteles, Santo Agostinho, e se detém em Kant, filósofo que segundo ela, faz a distinção entre o interesse da razão pelo incognoscível e o interesse do intelecto pelo cognição. Aborda os filósofos Hegel e Heidegger. Nossas dificuldades com as questões metafísicas, diz a filósofa, são produzidas nem tanto por aqueles para quem essas são questões sem sentido, mas acima de tudo, pela própria parte atacada, os próprios filósofos quando começaram a declarar o fim da filosofia e da metafísica. Hoje, conclui Hannah Arendt, é uma velha história. Ao contrário de toda a metafísica dos filósofos pesquisados pela filósofa Hannah Arendt, sua atenção volta-se ao pensamento como uma atividade e ainda às experiências do ego pensante. É importante observar que a filósofa tem como cenografia de sua reflexão a tensão entre filosofia e política.

O resultado da obra é uma análise ponderada e desafiadora da atividade do espírito humano que deve se apreciada como um legado para esta e para as futuras gerações. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário